TEMER TEM MEDO DE SER PRESO LOGO QUE TRANSMITA A FAIXA PRESIDENCIAL
Sob o impacto da terceira denúncia da Procuradoria-Geral da República, Michel Temer discutiu sua situação penal com um grupo restrito de auxiliares. Abalado, deixou transparecer seus maiores receios. Está pessimista. Avalia que deve ser preso após deixar o Planalto. O risco é real, concordaram seus interlocutores.
Temer foi aconselhado a passar uma temporada no exterior. Mencionou-se Portugal, onde tem amigos. Discutiu-se a ideia de dar aulas na universidade de Coimbra. Temer refugou o conselho. Ele descartou também a hipótese de cavar a indicação para uma embaixada —o que lhe garantiria a manutenção do escudo do foro privilegiado.
A poucos dias de passar a faixa presidencial para Jair Bolsonaro, o quase-ex-presidente vive a síndrome do que está por vir. O blog apurou que, ao explicar aos auxiliares por que excluiu do seu baralho a carta da saída via aeroporto internacional, Temer soou categórico: “Vão dizer que estou fugindo. E eu não vou fugir, vou enfrentar.”
Há muito por enfrentar. Na denúncia que reacendeu os temores de Temer, a procuradora-geral da República Raquel Dodge acusou-o de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso envolve esquema no setor de portos, com desvios estimados em R$ 32,6 milhões entre agosto de 2016 e junho de 2017.
Entretanto, o contencioso penal que inquieta Temer é bem mais amplo. Envolve outras duas denúncias formuladas pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot a partir das delações do grupo JBS. Congeladas pela Câmara no ano passado, serão retiradas do freezer.
Sedado a pedido da Procuradoria, voltará a andar também o pedaço de um inquérito que envolve Temer numa encrenca de 2014, anterior ao início do seu mandato-tampão na Presidência. O caso envolve repasse de R$ 10 milhões do departamento de propinas da Odebrecht para Temer e seu grupo político.
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